Agarrei o paletó azul com os grandes olhos aflitos, um grito de dor ou de socorro - perdão? acredito que não - entrecortado nas pálpebras pesadas. Não diria que não era dor o que ondulou seu rosto cinza. Notei, inclusive, que aquela expressão apiedada era nova e que da face rígida que conheci em minha infância sobrara apenas uma austeridade desgastada que não mais se fazia impor sobre o meu jeito tímido de recorrer a ele. Simplesmente eu não era mais frágil assim como ele não era mais incisivo, embora ainda nos prostrassemos como de costume, apenas por convenção, fosse ela natural ou não. E o silêncio dele cortou meus cílios, murchou meus olhos, chutou meus joelhos.
Não adiantaria. Eu percebi, finalmente, e depois de tanto martelarem meus ouvidos, que eu poderia fazer qualquer coisa, nada o faria reagir a mim.

''Cresça e desapareça cresça e desapareça cresça e desapareça cresça e desapareça....''